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domingo, 13 de novembro de 2011

UM ORÇAMENTO DE ESTADO AO SABOR DOS JOGOS DE CAPITAL... E O POVO SOBREVIVE ???

São muitas as vozes que de todos os quadrantes políticos, civis, corporativos e religiosos se têm feito ouvir para denunciar a evidente perversidade do Orçamento do Estado proposto pelo actual governo. Cortar forte e feio nas prestações sociais e nas áreas da Saúde e da Educação, fazer incidir o grosso dos sacrifícios sobre os funcionários públicos e pensionistas e, simultaneamente, isentar deles os rendimentos de capital, conduzem-nos para uma sociedade injusta, desequilibra aterradoramente a vida socioeconómica dos portugueses e abre um fosso infinito entre os muito ricos e os pobres, fazendo desaparecer a classe média, que é a grande consumidora do “made in Portugal”!
Às vozes do Presidente da República, Manuela Ferreira Leite, Pacheco Pereira, Rui Rio, da CAP (Confederação Agricultores de Portugal), CES (Conselho Económico e Social), CCP (Confederação do Comércio de Portugal), dos militares de Abril e dos Sindicatos, juntou-se-lhes agora a Conferência Episcopal Portuguesa que põe com toda a clareza o dedo na ferida: «Os bispos portugueses temem que “sombrios jogos de capital” coloquem em causa a democracia em Portugal (mensagem final da 178.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, que teve lugar em Fátima).

Contudo, o governo persiste na sua posição e a coligação PSD/CDS aprovou já o OE/2012 na generalidade, mesmo sabendo que as medidas deste Orçamento e os cortes impostos, vão muito para além do exigido para cumprimento das metas de consolidação orçamental decorrentes do memorando celebrado com a Troyka. Parece até, não ter consciência de que este orçamento terá como consequência uma profunda degradação da vida humana e um grave recessão da economia portuguesa. A própria Comissão Europeia anunciou já que prevê para Portugal no ano de 2012 uma recessão de 3% e índices de desemprego a rondar os 14%. E não se espere que 2013 seja melhor.  

Mas o governo não reconsidera …. E persiste, porque o seu OE/2012 sustenta e espelha “sem almofadas” a sua opção política para Portugal - redução do Estado Social, ao mínimo dos mínimos, até à derrocada final!
Escudando-se “nos erros do governo PS” e “no contexto da crise” - que surpresa das surpresas é, afinal, europeia e mundial – este governo assume assim “os sombrios jogos de capital”, usa falácias para esconder a sua opção política e não consegue nunca, explicar minimamente a injusta repartição dos sacrifícios, nem a profundidade dos cortes em sectores vitais para a sobrevivência de um povo – educação e saúde!

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