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quinta-feira, 21 de março de 2013

HOSPITAL PRIVADO EM LAMEGO ..... PARTE I


 
 
 
 
Há uns dias atrás fomos obsequiados com uma cerimónia cerimoniosa que nos anunciou um hospital privado em Lamego (Hospital do Douro S.A), espraiado nos edifícios onde funcionou o antigo hospital, que são propriedade da Santa Casa da Misericórdia.
Pasmados com este anúncio publicitário, os cérebros Lamecenses que têm capacidade para refletir sobre a realidade do concelho e as suas necessidades, congeminaram coisas, assim do tipo ….
Para que raio precisamos nós de um hospital privado, se acabamos de ter um hospital público, novinho em folha, charmoso e bem equipado ?
Ou, assim tipo ….
Porque raio é que em vez de um hospital privado, o destino das instalações do antigo hospital, não é uma Unidade de Cuidados Continuados ou Paliativos (comparticipadas pelo estado/serviço nacional de saúde), para que os nossos débeis doentes não tenham que terminar os seus dias de vida nas Unidades da Régua, Resende, Tarouca ou muito mais além ?
E ainda, assim do tipo ….
Se o povo está esganado com a esganação que o Passos, o Portas e o Gaspar lhe arremessou e tem de contar os tostões para ver se arranja uns trocos para pagar taxas moderadoras no hospital público, quem é o pessoal que na zona vai ter eurões para tratar da saúde no hospital privado ?
As congeminações bateram também em ondulações da espécie …. negócio … interpostos … intervenientes …. mediadores …
Pela Santa Casa da Misericórdia ficamos a saber que a mesa administrativa amanhou uma comissão constituída pelo dono da Câmara de Lamego que dá pelo nome de Eng. Francisco Lopes, o Dr. Marques Luís (ex-diretor do antigo hospital e ex-diretor da USF de Lamego) e o Eng. José Pereira (Vice-Provedor) para agenciarem um destino bem agenciado para o edifício.
Parece que ainda houve quem tentasse acender nos neurónios da Santa Casa uma luzinha para que enveredassem pela nossa carenciada Unidade de Cuidados Continuados ou Paliativos, mas o apagão foi imediato.
Para afastar este destino, o Vice Provedor atirou com a justificativa de uma conjunta nacional desfavorável, esquecendo-se que as Misericórdias supostamente existem para socorrer os mais débeis e necessitados, e se em tempos de crise não o fazem …. Que raios. Deslarguem-se que não estão no sitio certo. 
A crise, crise … é mesmo outra ! 
Todas as Unidades de Cuidados Continuados ou Paliativos a funcionar em quase todos os concelhos de Portugal e afetas às Santas Casas da Misericórdia, decorreram de candidaturas a fundos comunitários e contaram com a ajuda financeira das respectivas autarquias, que suportaram a parte não comparticipada para que os seus territórios pudessem contar com estes serviços de apoio e tratamento a doentes que necessitam de cuidados médicos especiais e permanentes.
Lamego padece de um problema exterminante….
Uma Câmara estalada, quebrada, rota, arruinada, falida….
Um presidente de Câmara muito mais dado, absorvido, propenso, cadenciado para os multiusos flácidos, Lamegos Convidas escaqueiradas, Lamego Renovas arrombadas, Eixos Barrocos herniados …
Com uma Câmara descomparticipativa e apenas preocupada com megalomanias supérfluas e gestações inúteis, a Santa Casa da Misericórdia de Lamego sovina no seu pecúlio, escolheu agenciar-se numa sociedade anónima que inseminará um desnecessário hospital privado em Lamego.
O Hospital Douro S.A terá um capital social de 5 milhões de euros. A Santa Casa participará neste capital com 5% que lhe advirão das rendas pelo aluguer dos edifícios e que não serão inferiores a 250.000,00€.
Que o mesmo é dizermos, não recebe a renda do aluguer das instalações, porque o dinheirinho será integrado no capital social da sociedade anónima …
Do restante capital (95%), querem os senhores que 36% se destine a pequenos accionistas locais e 59% ficarão nas mãos de uns investidores espanhóis que mandaram para tirar fotografias na cerimónia cerimoniosa em Lamego um tal de Ramón Santa Maria ! 
A Caixa de Crédito Agrícola Mutuo de Lamego é o banco eleito para os financiamentos transacionáveis. 
Gostamos particularmente que ouvir o Vice Provedor (Eng. José Pereira) a descair-se  …. “ como é natural, os investidores tentam esconder o jogo, cabendo-nos a nós fazer a melhor defesa possível dos interesses da Santa Casa “ ….
Ou, o Presidente do Conselho Fiscal (Dr. João Rebelo) a dizer …. “ se perguntarmos se é o negócio que todos queríamos, não é, mas, neste momento, é o possível. Bom ou mau, o futuro o dirá …”
Também ficamos entusiasmados por saber que os Irmãos e as Irmãs compareceram em peso (como já não se via em 6 anos do mandato do Sr. Provedor, também líder na Assembleia Municipal dos eleitos pelo PSD, e do Presidente da Assembleia, simultaneamente, Municipal e da Santa Casa …. para se inteirarem do negócio espanhol !
Igualmente, ficamos extasiados, quando nos inteiramos que aos Irmãos e às Irmãs bastaram apenas 1 hora e 15 minutos para se informarem e aprovarem o negócio e um hospital privado em Lamego.
Tudo decidido e decididinho sem precisarem sequer de perguntar pelas credenciais dos investidores espanhóis ou de terem uma conversinha de pé de orelha com o tal de Ramón Santa Maria ….
Francisco Lopes nos holofotes mediáticos, abrilhantou o seu empenhamento nesta solução incandescente e lamuriou-se lamurientamente contra a lei que não lhe permite que a sua Câmara seja sócia anónima do hospital privado !!!!!
 
 
 
O CASPER diz que lhe cheira, que a ideia da plantação de um hospital privado em Lamego quando temos um público, deve ter sido da autoria de Francisco Lopes e que o seu plano de viabilidade económica deve ter sido feito pelo emirato financeiro Paulo Correia

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